segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Descolonização Afro-Asiática: Conferência de Bandung.

Conferência de Bandung: momento de grande importância para as recém-formadas nações afro-asiáticas. Fonte: http://www.brasilescola.com/historiag/descolonizacao-afroasiatica.htm.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial os países envolvidos no conflito estavam devastados, principalmente os Europeus. Tanto a infraestrutura quanto as economias dos países encontravam-se destruídas, esse acontecimento foi um dos principais motivos que levaram as colônias africanas e asiáticas a buscar a independência. Outro ponto que contribuiu para a independência das colônias foi a disputa entre EUA e URSS, que em busca de áreas de influência auxiliaram de forma direta ou indireta os movimentos independentistas.
Entre a década de 1950 e 1960 diversas colônias buscaram sua independência em sua maioria de forma violenta. Metrópoles como Grã-Bretanha e França utilizaram de força militar para impedir que suas colônias se emancipassem gerando conflitos sangrentos, para manter a soberania desses novos países e evitar que as antigas metrópoles tentassem recuperar suas ex-colônias, alguns dos novos países Africanos e Asiáticos se reuniram em 1955 em Bandung na Indonésia com o objetivo de promoção da cooperação econômica e cultural afro-asiática, como oposição ao neocolonialismo Soviético, Americano e de outras nações consideradas imperialistas.
A Conferência de Bandung foi a primeira a afirmar que Imperialismo e Racismo são crimes. Esses países tentaram criar o Tribunal da Descolonização para julgar os culpados desse crime contra a humanidade, mas a iniciativa foi vetada pelas potências centrais. A conferência obteve algumas vitórias como a obrigatoriedade dos antigos colonos em ajudar a reconstruir os danos causados no passado. Durante a conferência foi formada a noção de terceiro mundo e os princípios dos países não alinhados, grupo de países que não desejava fazer parte do bloco dos EUA ou da URSS. No lugar do conflito Leste-Oeste, a Conferência de Bandung criou o conceito de conflito Norte-Sul em que o norte representa os países ricos e industrializados e o sul representa os países pobres exportadores de matérias primas.

Os 10 princípios da Conferência de Bandung
1. Respeito aos direitos fundamentais, de acordo com a carta da ONU;
2. Respeito a soberania e a integridade territorial de todas as nações;
3. Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas;
4. Não intervenção e não-ingerência nos assuntos internos de outro país;
5. Respeito pelo direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de acordo com a Carta da ONU;
6. Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada a servir os interesses particulares das Super-potências;
7. Abstenção de um ato e ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou independência política de outro país;
8. Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos, de acordo com a Carta da ONU;
9. Estímulos aos interesses mútuos de cooperação;
10. Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

Referências.
REIS, E. As transições do Leste e do Sul. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol 6, n 12, 1996.
http://www.diario-universal.com/2007/04/aconteceu/conferencia-de-bandung/. Acessado em 14/01/2014.
http://www.infoescola.com/historia/conferencia-de-bandung/. Acessado em 14/01/2014.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Espionagem na Guerra Fria: KGB vs CIA


Guerra Fria designa um período na história do século XX onde União Soviética e Estados Unidos da América disputavam entre si por zonas de influência e estratégicas nos campos ideológicos, políticos, militares, tecnológicos, sociais e econômicos. Esse momento da história ocorre a partir do fim da Segunda guerra Mundial em 1945 e se estende até a dissolução da União Soviética em 1991.
A denominação “fria” se dá pelo fato de não ter havido conflito armado direto entre as duas superpotências por conta da inviabilidade da vitória numa batalha nuclear por algum dos lados. Para que nenhuma ficasse para trás, ambas as potências adversárias investiram maciçamente em armamentos de destruição em massa, nucleares principalmente, e em tecnologias que proporcionassem a conquista do espaço. Nesse contexto iremos tratar sobre o elemento chave que proporcionou a ambos os lados materiais necessários para que um se mantivesse a frente do outro, a espionagem.
A espionagem foi responsável por praticamente gerir todo o período da Guerra Fria, fornecendo informações privilegiadas para ambos os lados envolvidos. Os espiões compravam e vendiam informações, projetos militares, plantavam informações falsas, auxiliavam a tomada de poder por governos pró soviético ou pró Estados Unidos e participavam de operações sigilosas sendo essas militares ou não. No entanto, estes espiões não trabalhavam por conta própria, havia dois órgãos que comandavam todas as operações de espionagem e contra espionagem, a CIA (Central de Inteligência Americana) e a KGB (Comitê de Segurança do Estado).


 CIA

Escudo da Central de Inteligência Americana. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CIA.svg



A agência foi criada em 1947, sucedendo a Agência de Serviços Estratégicos (ASE) que atuou durante a Segunda Guerra Mundial coordenando as atividades de espionagem nos ramos das forças armadas americana. Com o fim da guerra e o inicio da Guerra Fria o presidente Harry S. Truman cria a CIA mediante um pacto governamental de Segurança Nacional devido a necessidade estratégica e o avanço do Comunismo pelo mundo.
A agência de Inteligência tinha como objetivo neutralizar a espionagem estrangeira, o roubo de projetos tecnológicos e militares, e a fuga de informações sigilosas do governo americano.  Além disso, a agência passou a coletar informações sobre governos estrangeiros, principalmente sobre o governo soviético e governos pró soviéticos, realizou operações clandestinas e ações paramilitares para derrubar governos comunistas e apoiar governos pró Estados Unidos.
Dentre as operações secretas da CIA durante a Guerra Fria, destacam-se:
.Operação Ciclone: A Operação Ciclone ocorreu durante a invasão do Afeganistão pela União soviética entre 1979 a 1989 e consistiu em armar e treinar os Mujahideen (guerrilheiros islâmicos) para combater os soviéticos. Essa operação foi uma das mais dispendiosas e longas realizadas pela CIA custando bilhões de dólares.
O objetivo da operação secreta foi alcançado, a União Soviética se enfraqueceu durante os dez longos anos de guerra. Por outro lado o regime Talibã ascendeu no Afeganistão governando até 2001.
.Invasão da Baía dos Porcos (Operação Mangusto): A operação de derrubada de Fidel Castro foi liderada pela CIA com o objetivo de acabar com o governo comunista do país caribenho. Além de mercenários, a agência utilizou exilados cubanos que viviam nos EUA armando e treinando esses homens. A operação durou três dias e foi um total desastre, resultando na primeira vitória do comunismo sobre o capitalismo.


KGB
Escudo do Comitê de Segurança do Estado. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Emblema_KGB.svg



A KGB foi criada em 1954 pelo governo soviético, derivando da antiga policia secreta soviética a Tcheka, sendo extinta em 1991 juntamente com o fim da União Soviética. A agência soviética se diferenciou das demais agências de seguranças pelo fato de constituir um ministério dentro da URSS e possuía força militar própria separada das forças armadas soviéticas.
Dentro da organização havia cinco direções-gerais. A primeira era a mais importante era dividida em duas subdivisões a dos ilegais que consistia em agentes que vivam com falsas identidades no estrangeiro e a subdivisão cientifica e técnica responsável pelo serviço de contra-espionagem e serviço de negócios sujos como assassinatos. A segunda e a terceira direções-gerais eram responsáveis por pela coleta de informações, vigilâncias e repressão interna. A quarta era responsável pelas fronteiras da União Soviética e a quinta direção-geral era responsável pelas escolas.
Dentre as operações secretas da KGB durante a Guerra Fria, destacam-se:
.Operação Tufão: A operação tinha como objetivo desestabilizar a Europa Ocidental. A KGB financiou diversas organizações, dentre elas organizações terroristas, para que realizassem uma onda de atentados anti-americano, chefes militares e políticos foram alvos dos atentados encabeçados pela KGB.

As Agencias de Inteligência dos Estados Unidos e da União Soviética estiveram envolvidas em quase todos os momentos da Guerra Fria. Mesmo não tendo ocorrido um conflito militar direto entre as duas grandes potências, por baixo dos panos a KGB e a CIA digladiavam entre si numa espécie de guerra secreta, muitas vezes bem mais eficazes do que conflitos armados.

Referências